Origem
A devoção ao Sagrado Coração de Jesus originou-se de alguns místicos alemães da Idade Média, como Matilde de Magdeburg (1212-1283), Matilde de Hackeborn (1241-1298) e Gertrudes de Helfta (1256-1302) e Beato dominicano Enrico Suso (1295 – 1366). Contudo foram nas revelações que a religiosa Santa Margarida Maria Alacoque (1647-1690), recebeu do Nosso Senhor Jesus Cristo que contribuíram para uma grande difusão do culto.
Santa Margarida Maria Alacoque nasceu em Vérosvres (em Borgonha), em 1647, e ingressou no convento francês de Paray-le-Monial aos vinte e quatro anos. A partir de 27 de dezembro de 1673, ela começou a receber as aparições de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Primeiras Aparições
Em 27 de dezembro de 1673, na festa de São João Evangelista, recebeu a primeira visita de Jesus. Ele a convidou a tomar o lugar, na celebração da Última Ceia, que pertencia a João, o único apóstolo que, fisicamente, encostou a cabeça no peito de Jesus. Na ocasião, Jesus disse: “Meu divino coração é tão apaixonado de amor pelos homens que, não podendo conter em si as chamas da sua ardente caridade, precisa da tua ajuda para difundi-las. Por isso, escolhi você para este grande desígnio”.
No ano seguinte, Margarida viu o coração de Jesus em um trono de chamas, mais brilhante que o sol e mais transparente que o cristal, circundado por uma coroa de espinhos.
Posteriormente, ainda no mesmo ano, viu o coração de Cristo, fulgurante de glória, que emitia chamas por todos os lados, como uma fornalha. Nesse momento, Jesus lhe pediu para “comungar, todas as primeiras sextas-feiras do mês”, durante nove meses consecutivos e “se prostrar no chão por uma hora”, na noite entre quinta e sexta-feira. Assim, nasceram as práticas das Nove sextas-feiras e da hora Santa de Adoração.
Por fim, em uma quarta visão, Cristo pediu a Margarida que fosse instituída uma festa em honra do seu Sagrado Coração e orações em reparação das ofensas por Ele recebidas. Esta festa passou a ser obrigatória em toda a Igreja, a partir de 1856, por ordem de Pio IX. Posteriormente, neste mesmo dia, em 1995, São João Paulo II instituiu o “Dia Mundial de Oração pela Santificação do Clero”, com o objetivo de proteger o sacerdócio pelas mãos de Jesus, ou melhor, pelo seu Coração, para ser aberto a todos.
Doze Promessas do Sagrado Coração de Jesus
Além de todas as aparições feitas a Santa Margarida Maria Alacoque, Nosso Senhor Jesus Cristo fez doze promessas a todos os devotos do seu Sagrado Coração de Jesus:
- Darei aos meus devotos as graças necessárias para cumprirem os deveres de seu estado.
- Farei reinar a paz em suas famílias
- Eu os consolarei em todas as suas aflições
- Serei o seu refúgio seguro durante a vida e, sobretudo, na hora da morte
- Derramarei abundantes bençãos sobre seus empreendimentos
- Os pecadores acharão, em meu Coração, a fonte e o oceano infinito de misericórdia.
- As almas tíbias se tornarão fervorosas.
- As almas fervorosas vão se elevar rapidamente a uma grande perfeição.
- Abençoarei a casa em que se achar exposta e for venerada a imagem do meu Coração.
- Darei aos sacerdotes o dom de tocar os corações mais endurecidos.
- As pessoas que propagarem esta devoção terão seus nomes escritos para sempre no meu Coração e jamais serão apagados.
- O amor todo-poderoso do meu concederá a graça da perseverança final a todos os que comungarem na 1° sexta-feira do mês, por nove meses seguidos.
Grande promessa do Sagrado Coração de Jesus
A décima segunda promessa, conhecida como “a grande promessa”, diz o seguinte: “Eu prometo, na excessiva misericórdia do meu Coração, que meu amor onipotente concederá a todos os que comungarem durante nove primeiras-sextas feiras do mês seguidas, a graça da penitência final; não hão de morrer em pecado e sem receber os sacramentos, servindo-lhes meu Coração de asilo seguro naquele último momento.”
Como dito no acima, segue abaixo as condições indispensáveis para a grande promessa do Sagrado Coração de Jesus – perseverança final e salvação eterna – são:
- A comunhão deve ser feita na primeira sexta-feira do mês – dia escolhido por Ele – e não em outro dia. Portanto, não consta que haja a possibilidade de comungar em outro dia para cumprir a devoção, ainda que com a dispensa do sacerdote.
- A novena de comunhão deve ser feita em nove meses consecutivos. Se houver interrupção, deve ser recomeçada.
- Deve ser feita em estado de graça e na intenção de honrar o Sagrado Coração. Portanto, não consta que seja necessária a confissão no dia ou oito dias antes, como é necessária para os primeiros cinco sábados (e Nosso Senhor disse ainda mais de oito dias, se houver motivo, para o primeiro sábado). Basta estar em estado de graça. Convém confessar, mas não é necessário.
Solenidade do Sagrado Coração de Jesus
A Solenidade do Sagrado Coração de Jesus – Dia de Oração pela Santificação dos Sacerdotes – é celebrada na sexta-feira após a Solenidade do Corpus Christi. Isso porque, na Eucaristia, o Corpo de Cristo se apresenta como expressão máxima do seu amor. Em 20 de outubro de 1672, o sacerdote francês, João Eudes, celebrou esta festa pela primeira vez. Desde então, a devoção ao Sagrado Coração tem inspirado fiéis em todo o mundo.
Referências
- Artigo do Vaticano News, Sagrado Coração de Jesus.
- Manual do Sagrado Coração de Jesus